FACTORES DE METAMORFISMO
- Pressão/Tensão:
> Tensão litostátia - resulta do peso da massa rochosa suprajacente; a partir de 3km de profundidade exerce-se igualmente em todas as direcções; faz diminuir o volume da rocha durante a metamorfização, aumentando a densidade dos minerais.
> Tensão não litostática - resulta de forças tectónicas (compressivas, distensivas ou de cisalhamento); produzem uma orientação preferencial de certos minerias.
- Calor: Devido ao conhecimento que existe sobre a sistematização das rochas metamórficas podem deduzir-se as condições de temperatura e de pressão que condicionaram a génese de uma dada rocha metamórfica. A composição química dos vários minerais ajuda também ao estabelecimento de geotermómetros. O calor pode provir de uma intrusão magmática próxima. Neste caso, a temperatura atingida depende da temperatura de intrusão do magma, natureza do magma, velocidade de cristalização, volume e forma do corpo, etc. O calor pode também ter origem na transferência a partir de zonas profundas da Terra onde ocorrem fenómenos de decaimento radioactivo. A temperatura constitui um dos factores essenciais nos reajustamentos químicos e mineralógicos.
- Fluidos de circulação: O conhecimento da constituição dos fluidos influentes só será atingida quando, conhecida a composição química actual da rocha, for possível reconstituir a composição química primitiva e as condições de temperatura e pressão existentes durante o metamorfismo. Não é difícil compreender que um sedimento argiloso, formado em ambiente aquoso, conserve grande quantidade de água retida na estrutura dos minerais argilosos e nos poros. Obviamente à medida que prossegue a diagénese e passa ao metamorfismo, ocorre a expulsão da água. A importância dos fluídos como factor de metamorfismo torna-se evidente quando se considera que a fase fluída tem a capacidade de dissolver os componentes químicos dos minerais. São esses fluídos os carreadores de substâncias necessárias às reacções químicas, na medida em que, por seu intermédio, as fases sólidas recebem ou perdem os componentes que se transferem de uma fase para outra. Na ausência de fluídos, a velocidade das reacções é muito reduzida.
- Tempo: A determinação do tempo de metamorfismo apoia-se em métodos de datação radioactiva e em critérios estratigráficos. Neste sentido, a duração do metamorfismo não pode ultrapassar o período compreendido entre a idade da formação mais antiga que o sofre e a da formação mais recente que já o não sofre ou que contém mineis ou rochas com esse metamorfismo. A importância do tempo no metamorfismo manifesta-se bem na influência que tem sobre a obtenção de equilíbrio nas reacções químicas. Somente a longa duração do processo de reorganização mineralógica torna possível que as reacções químicas se verifiquem de modo a obter associações de fases em equilíbrio, o caso frequente das rochas metamórficas.